domingo, 20 de maio de 2012

Black Sabbath: resenha do show de abertura da turnê de "reunião"


O que esperar do 1º show do Black Sabbath com formação quase original em 13 anos, num clube de Birmingham, cidade natal da banda, com capacidade para apenas 3 mil pessoas e ingressos esgotados que chegavam a R$ 8 mil no mercado paralelo? Além de disputa, muita idolatria e adoração.
Foi o que a plateia quente, numa tarde fria da primavera inglesa, entregou à banda na O2 Arena Birmingham, no último sábado (19).
Desde novembro de 2011, quando vazou a informação de que a formação original do Black Sabbath retornaria com um novo álbum, o primeiro em 33 anos, produzido por Rick Rubin, muita coisa foi dita, desmentida, confirmada e especulada.
  • Black Sabbath toca "Iron Man" em seu show de retorno, na Inglaterra
Para este primeiro show, faltou o baterista Bill Ward, que se recusou a tocar por divergências contratuais e acabou substituído por Tommy Clufetos, integrante da banda que acompanha Ozzy em suas turnês. Mas ainda assim o clima era de emoção, com Ozzy Osbourne nos vocais, Tony Iommi na guitarra e Geezer Butler tocando baixo.
A noite foi somente do Black Sabbath e não houve banda de abertura. O reencontro começou aos acordes de "Into The Void", do disco "Master of Reality" (1971), e seguiu como uma coletânea ao vivo das músicas mais marcantes do Sabbath – principalmente na fase com Ozzy (de 1969 até 79).
O repertório foi considerado uma prévia dos próximos shows agendados da banda, no Download Festival, na Inglaterra, e no Lollapalooza, Estados Unidos.
Baldada de água
Os medalhões do Sabbath, todos com mais de 60 anos, mostraram que estão em plena forma. Com o público em suas mãos, Ozzy fez o que quis. Provocou, com caras e bocas, cantou como há algum tempo já não cantava e, é claro, não podia faltar a tradicional baldada de água na plateia, em meio à "chuva" de clássicos como "War Pigs", "Black Sabbath", "Iron Man" – momento inesquecível de comunhão entre a banda e os fãs – e "Paranoid", que fechou o show de maneira apoteotica.
Mas o dono da noite foi, sem dúvida, Tony Iommi. Seu nome virou grito de guerra, ovacionado como que numa saudação à superação de um câncer linfático, pouco antes de o Sabbath acertar os shows de retorno. A cada pausa, entre uma música e outra, a plateia gritava seu nome. O guitarrista respondia timidamente com um aceno ou um sorriso. Até mesmo Ozzy, em vários momentos, reverenciou o amigo.
Sharon e documentário
Uma parte do balcão do clube foi reservada aos mais chegados e familiares da banda, com destaque para a mulher e empresária de Ozzy, Sharon – responspável, segundo rumores, pelas condições contratuais das apresentações consideradas "inaceitáveis" por Bill Ward. O show foi inteiramente gravado, incluindo cenas de backstage e depoimentos de fãs antes e depois do show. Este material, somado a filmagens das duas próximas apresentações da banda, deve ser transformado em documentário.

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Sou bancário (e isso é muito ruim, acreditem), guitarrista e vocalista da banda Raiobitz (Rio Claro-SP), colaborador do Whiplash.net e pai em horário integral. Curto rock e todas as suas vertentes desde que me entendo por gente e quero compartilhar dessa paixão.

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